Secretaria de Turismo e Federação Israelita firmam parceria em prol do Turismo Judaico no estado de São Paulo 

O secretário de Turismo e Viagens do Estado de São Paulo, Roberto de Lucena, assinou, na última segunda-feira, 12, no Museu Judaico, em São Paulo, um protocolo de intenções com Marcos Knobel, presidente da Federação Israelita do Estado de SP (Fisesp), para promover iniciativas relacionadas ao bem receber da comunidade judaica nacional e internacional no Estado de São Paulo. A ação integra o conjunto de iniciativas da Secretaria de Turismo e Viagens de SP com o objetivo de ampliar o extrato turístico no estado, e mobiliza diversas instituições, como o museu Judaico, o Memorial do Holocausto, o clube Hebraica, restaurantes e sinagogas. 

 Um guia será elaborado para indicar equipamentos abertos à visitação, restaurantes Kosher e meios de hospedagem capacitados para esse público. Também estão previstos convênios e parcerias para a criação de roteiros que promovam a cultura do respeito e da paz, valorizem a tradição histórica da comunidade, além de aspectos culturais e da religião judaica. A assinatura aconteceu com o apoio e a presença do rabino David Weitman, do Memorial do Holocausto; Sérgio Simon, do Museu Judaico de São Paulo; Pedro Mostrabuono, presidente da Fundação Memorial da América Latina; e Fernando Rosenthal, do Clube Hebraica.       

 “Nosso papel é trabalhar para que São Paulo, um estado tradicionalmente acolhedor, seja cada vez mais inclusivo e tolerante. Queremos aumentar o fluxo turístico entre Israel e SP e atrair a comunidade judaica internacional para visitar nosso estado”, afirma Lucena. “Mais do que isso, queremos aproximar os brasileiros de São Paulo da cultura, da tradição histórica do povo judeu e apresentar a rica contribuição para a nossa sociedade em áreas como educação, cultura, saúde, esportes, segurança, gastronomia e religião, difundindo esse roteiro junto a escolas e igrejas, principalmente”, disse o secretário. Segundo Lucena, o Estado de SP não tolera o preconceito e a discriminação de nenhuma forma, tampouco o antissemitismo. “Aqui são todos bem-vindos. Estamos semeando a paz, a fraternidade, a inclusão e a justiça, e vamos colher, dessa semeadura, abundantemente”, disse. 

 Segundo o presidente da Federação Israelita do Estado de São Paulo, Marcos Knobel, a assinatura desse documento é de extrema importância para a comunidade judaica. “Vai propiciar a toda população paulistana e também aos turistas conhecerem um pouco mais da cultura judaica. Nossa comunidade é ampla e plural e com este acordo vamos poder mostrar um pouco das contribuições do povo judeu para o Estado de São Paulo”, disse Knobel. 

Para Sergio Simon, o roteiro poderá mostrar aspectos não apenas da religião judaica, mas também do judaísmo cultural e secular, fundamental para revelar a pluralidade dos judeus brasileiros, sua histórias e diferentes formas de conexão com esta cultura.

“Esse documento lança um programa que ressalta a importante contribuição da comunidade judaica na construção da civilização brasileira, visando uma sociedade mais justa e menos desigual. Mostrar essa história é função específica do Museu Judaico de São Paulo”, explica.   

“São Paulo é um estado feito de muitas etnias e tem uma diversidade cultural enorme. Agora está se criando um roteiro de turismo judaico, por meio do qual as pessoas vão poder conhecer nossa cultura e nossas raízes. Isso faz com que a população se respeite mais e também ajuda na luta contra a intolerância”, concluiu o rabino David Weitman, representando o Memorial da Imigração Judaica e do Holocausto. 

 Brasil e Israel tem historicamente uma relação amiga. A Sessão Extraordinária da Assembleia Geral da ONU, em 1948, que reconheceu Israel como Estado, foi presidida pelo brasileiro Osvaldo Aranha. A maioria da população brasileira é formada de cristãos, dos quais 60 milhões são evangélicos, segundo dados do último senso do IBGE, e para essa grande parcela da população o sentimento para com Israel é de proximidade.  

Programa de Turismo Plurireligioso da Setur-SP 

Apesar da iniciativa que uniu a Setur-SP e a Federação Israelita do estado de São Paulo não ser voltada exclusivamente ao turismo religioso, sendo mais abrangente, é verdade que se tratando do povo judeu, a cultura, a tradição e a história estão bastante entranhadas com o aspecto religioso, da fé – e essa é uma vertente de enorme potencial para São Paulo pela sua diversidade e capacidade de gerar fluxos de visitantes. A Setur-SP tem promovido destinos religiosos, rotas peregrinas e investido no incremento de toda a oferta turística relacionada à fé e à espiritualidade. 

 A Secretaria tem feito um trabalho inovador de mapear, promover e sensibilizar quanto ao turismo religioso, com um olhar para as diferentes tradições religiosas, como judaica, islâmica, católica, evangélica, de matrizes orientais e origens africanas. 

 O turismo movido pela fé é um dos que mais cresce no Brasil, de acordo com a Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas (Fipe). São cerca de 20 milhões de viagens todos os anos e mais de R$ 15 bilhões em movimentação financeira, de acordo com o Ministério do Turismo. Apenas o Santuário de Aparecida, na cidade de Aparecida (SP), recebe mais de 10 milhões de visitantes por ano e na cidade de São Paulo, onde estão as sedes das maiores igrejas nacionais, o templo de Salomão, da Igreja Universal, recebe anualmente mais visitantes que o Cristo Redentor, no Rio de Janeiro, e a Marcha para Jesus, que entrou para o Guiness Book, é um dos maiores do mundo, reunindo mais de 2 milhões de pessoas na capital de São Paulo. 

Fotos: Setur

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