Matrizes Tradicionais do Forró são reconhecidas como Patrimônio Cultural do Brasil

o som da zabumba, do triângulo e da sanfona, as Matrizes Tradicionais do Forró foram reconhecidas, nesta quinta-feira (09.12), como Patrimônio Cultural do Brasil. O título, concedido pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan), autarquia vinculada ao Ministério do Turismo, valida os mais de cem anos de contribuição para a cultura, história e identidade do povo nordestino e do Brasil, que tem neste ritmo uma das suas maiores expressões artísticas. A proposta, apresentada pela Associação Balaio do Nordeste e pelo Fórum Forró de Raiz da Paraíba, teve ratificação de mais de 400 forrozeiros de todo o país.

“Eu, como nordestino e sanfoneiro, fico muito honrado em ver o reconhecimento das Matrizes Tradicionais do Forró como Patrimônio Cultural do Brasil. Este título é mais do que necessário para a nossa cultura e, também, para o turismo nacional. Um ritmo que encanta e leva alegria a milhares de pessoas não poderia ficar de fora dessa importante lista. Parabéns a todos os forrozeiros!”, comemorou o ministro do Turismo, Gilson Machado Neto.

De acordo com o Iphan, as Matrizes Tradicionais do Forró são uma forma de expressão multimodal, cujo núcleo é a performance social de um leque de tipos de música e dança. O Forró, desde seus primeiros registros conhecidos, no início do século 20, remete à festa popular e a palavra assumiu também o sentido de um tipo específico de música, cantada ou instrumental.

O Forró, assim como o Choro, o Frevo e o Samba, definiu-se nos bailes e festividades populares, num ambiente de ampla participação e de contatos físicos e culturais. Este ambiente é tema de letras de sucessos de meados do século 20, como “Asa Branca”, “Forró em Limoeiro” e tantos outros.

O Secretário Especial da Cultura, Mario Frias, enfatizou o trabalho do governo federal em devolver a cultura ao homem comum. “Neste governo, a nossa verdadeira cultura, a cultura do homem comum, irá chegar ao Brasil profundo, saindo dos grandes salões da elite burocrata cultural e alcançando as escolas, praças, coretos e circos espalhados pelos rincões do Brasil. O registro do Forró como Patrimônio Cultural do Brasil traz à luz a cultura do homem comum, a identidade do Nordeste, a cultura popular”, disse.

Com o título, as Matrizes Tradicionais do Forró foram inscritas no Livro de Registro das Formas de Expressão, com abrangência nacional, onde também estão registrados bens como o Repente, a Ciranda do Nordeste, a Roda de Capoeira, o Maracatu Nação (PE), o Carimbó (PA) e a Literatura de Cordel. A partir de então, as Matrizes Tradicionais do Forró passam a ser alvo de políticas públicas para a salvaguarda da manifestação.

“Trata-se de um bem cultural que dispensa apresentações, está presente em incontáveis eventos e festivais por todo Brasil, em especial nos festejos dos ciclos juninos, gerando renda, empregos diretos e indiretos, além de um sentimento muito forte de pertencimento”, destacou a presidente do Iphan, Larissa Peixoto. “A partir de agora, para além do reconhecimento, o Iphan e os diversos parceiros que tornaram esse registro possível seguem atuando na promoção e sustentabilidade do bem cultural”, comemorou.

O FORRÓ – Com letras inspiradas no universo do homem sertanejo, o Forró nasceu no país há mais de um século e tem movido multidões por onde é tocado. Foi a partir da década de 50, com Luiz Gonzaga, um dos maiores nomes do ritmo, que o Forró deslanchou e gerou diversos outros segmentos, como o Forró Eletrônico, o Pé de Serra e o Universitário. Foi também do astro nordestino, que originou o Dia Nacional do Forró, celebrado no próximo dia 13 de dezembro, aniversário do músico.

Foto: Crédito: Arquivo MTur

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