Por Marcos Arruda
São Paulo – Janeiro e fevereiro são meses de carnaval e em Tabasco,no México, especificamente no município de Tenosique, acontece um dos maiores e também considerado um dos “mais raros do mundo”, o Carnaval Tenosique. Neste carnaval de raízes pré-hispânicas danças coloridas são realizadas com forte influência indígena e na inauguração é feita a “pintura de farinha”, onde os moradores e turistas jogam farinha um nos outros em uma espécie de “batalha”.
La danza del Pochó ( a dança do Pocho) é uma das mais importantes e ocorre durante os dias de Carnaval, a partir do dia 20 de janeiro, dia de São Sebastião. O caráter mítico desta dança é inquestionável e considera-se que suas origens remontam ao tempo anterior à conquista, uma vez que os nativos a praticavam como parte de uma cerimônia religiosa do culto de seus deuses.
El Pochó consiste em uma série de danças e outras cerimônias executadas ao ritmo de uma música melodiosa e triste, produzidas por um apito feito de cana de junco, acompanhado de tambores; tudo isso simboliza a purificação do homem através da luta entre o bem e o mal. Os personagens dessas danças são os “cojoes” (homens), as “pochoveras” (mulheres) e os “tigres”.
Outra dança apresentada no festival é a dos Los Blanquitos, uma dança mestiça de protesto que provavelmente se originou na região guatemalteca de Petén, entre os negros trazidos pelos conquistadores espanhóis como escravos.
Os dançarinos, chamados “blanquitos”, usam uma pluma cilíndrica na cabeça com papel colorido e têm uma cruz de urucum tatuada no peito e nas costas, que simboliza a religião cristã dos brancos; eles são maltratados por um capataz negro que é acompanhado por suas esposas e que as chicoteia durante a dança para fazê-las trabalhar. Os “blanquitos” ficam reclamando durante toda a performance.
Fonte: México Desconhecido
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